Jornalista manteve espírito independente em um período de grande polarização partidária
“Mais vale errar por conta própria do que deixar que acertem por nós” - Eduardo Palmério
Eduardo Palmério (1906-1976), conhecido também pelo pseudônimo “Camarada Lorotoff”, foi um cronista muito popular que atuou na imprensa paulistana entre as décadas de 1940 e 1970.
Seus comentários eram marcados por um extraordinário senso de humor, pela crítica social original e pela postura política independente.
Eduardo Palmério nasceu em Sacramento (MG), começou a carreira em Uberaba (MG), trabalhou na capital paulista e publicou quatro livros entre 1949 e 1958. Ele era irmão do escritor Mário Palmério (1916-1996).
Para recuperar a memória deste personagem, o historiador André Azevedo da Fonseca, professor e pesquisador na Universidade Estadual de Londrina (UEL), publicou um perfil intelectual deste cronista na Revista da Intercom. E os achados são verdadeiras pérolas da história da crônica brasileira.
Fonseca observa que Eduardo Palmério conseguiu captar as sensibilidades do público de seu
tempo e, por meio de trocadilhos irônicos, anárquicos e surpreendentes, expressou a opinião de seus contemporâneos sem cair na armadilha do corporativismo partidário.
Fonseca explica que descobriu os textos do Camarada Lorotoff durante as pesquisas para o livro A construção do mito Mário Palmério, lançado recentemente pela Editora da Unesp. “Talvez pela celebridade do irmão, Eduardo foi deixado de lado. Mas sua produção é relevante e oferece uma contribuição significativa para a história da crônica brasileira” – afirma.
A pesquisa está disponível no site da Revista da Intercom
via Rose Dutra | Uniube